domingo, 21 de julho de 2019
RENÚNCIA
Renuncio a tudo aquilo que ainda não renunciei.
Dignidade, consciência tranquila,
essas baboseiras que para nada servem.
Que só servem para atravancar a vida da gente.
Renuncio a ser correto, decente,
essas coisas que ninguém dá valor.
Que só trazem dissabor, ingratidão.
essas coisas que ninguém dá valor.
Que só trazem dissabor, ingratidão.
Renuncio a ser sincero, solidário,
posto que cada um só pensa no próprio rabo.
Reciprocidade que é bom, nada.
posto que cada um só pensa no próprio rabo.
Reciprocidade que é bom, nada.
Renuncio a ser bacana, humano,
pois não vale a pena.
Ninguém reconhece, e ainda por cima
se sentem no direito de cobrar.
pois não vale a pena.
Ninguém reconhece, e ainda por cima
se sentem no direito de cobrar.
Renuncio, sobretudo, a ser otário, babaca,
como tenho sido anos a fio
Confiando, labutando, me doando
sem reconhecimento, sempre sob crivo implacável,
todo tipo de cobrança.
Otário que não hesita em abrir mão de tudo,
do pouco que tem,
para suprir, atender as exigências e expectativas
daqueles que se julga tolamente responsável.
Tolamente, sim, posto que para tudo há um limite.
A vida é uma via de duas mãos.
É um toma-lá-dá-cá. Sem isso, um estará bancando o otário.
E é ao que renuncio agora.
Em caráter irrevogável.
Só a viver não renuncio
porque a vida não me pertence.
Não é minha.
Pertence aos princípios que ora renuncio.
como tenho sido anos a fio
Confiando, labutando, me doando
sem reconhecimento, sempre sob crivo implacável,
todo tipo de cobrança.
Otário que não hesita em abrir mão de tudo,
do pouco que tem,
para suprir, atender as exigências e expectativas
daqueles que se julga tolamente responsável.
Tolamente, sim, posto que para tudo há um limite.
A vida é uma via de duas mãos.
É um toma-lá-dá-cá. Sem isso, um estará bancando o otário.
E é ao que renuncio agora.
Em caráter irrevogável.
Só a viver não renuncio
porque a vida não me pertence.
Não é minha.
Pertence aos princípios que ora renuncio.
sábado, 20 de julho de 2019
a lei da sobrevivência
A pergunta que não quer calar :
até que ponto podemos ser ingênuos ?
Para não passar aquele limite que nos transforma
em otários.
Porque, que ninguém se iluda, as pessoas te enganam,
te usam de tudo que é jeito.
Te iludem, te exploram, se bobear até as calças te tiram.
Sem o menor escrúpulo ou consideração.
É a lei da sobrevivência levada às últimas consequências.
O extinto que sobrepuja os sentimentos.
Mesmo afetivos, familiares.
Primeiro, eu.
Segundo, eu.
Terceiro, vamos ver.
Ninguém admite, ninguém assume
mas é assim que as coisas funcionam.
Mentira e dissimulação imperam.
Ser correto, verdadeiro, é para os fortes.
Suportar injustiça, ingratidão, raça em extinção.
Perde-se o sono mais por mágoa e inconformismo
do que por dor de consciência.
Até nisso os psicopatas e sociopatas levam vantagem.
o poeta crucificado
Poesia é tormento, rebelião de sentimentos.
É tortura, má conduta, meter os pés pelas mãos.
Escrever coisas que ninguém entende,
É ser feliz sem motivo, sofrer sem sofrimento.
Poesia sem padecimento é como pão sem fermento.
Punge em versos desgraçados, errantes e amargurados
como os cantos de Maldolor.
Não obstante os volteios e incursões mirabolantes,
tem o amor como fonte suprema de inspiração.
O amor imaculado e impuro, que em fúria, êxtase, ditirambos,
agoniza em ondas arrebatadoras,
se subverte em canções pungentes, apelos desesperados.
Mas eis que o poeta se interroga :
que tipo de amor é possível na era do Espetáculo ?
Da insana blogosfera ?
Da prevaricação coletiva.
Do amor precificado.
Com data de validade.
Em que se casa hoje, e se separa amanhã.
De casais do mesmo sexo, transgêneros, de papéis invertidos,
o diabo. Tudo liberado.
Dentro da lei, mas estranho para mentes pequenas.
Que defendem os valores tradicionais.
Ainda que conspurcados, hipócritas.
Devastados pelas relações fluídas.
Uma nova realidade se impõe.
Novas formas de amar.
No afã de decifrar, o poeta se debate,
Envereda como louco por caminhos mil,
Se dilacera no turbilhão que a todos engole.
Em que o real e o virtual se imiscuem.
Em que ninguém é de ninguém.
Em que o dinheiro fala mais alto.
E o verdadeiro amor é lindo e infinito
Enquanto há estímulos materiais.
Em que a poesia é a primeira coisa que vai para o ralo.
sexta-feira, 19 de julho de 2019
nada é de graça
É tudo tão previsível.
Tipo assim, de onde menos se espera
é que não sai nada mesmo.
Confia quem quer ser enganado.
Acredita quem quer ser passado para trás.
Ou quem não tem nada à perder.
Se dançar, dançou.
Os interesses sempre falam mais alto.
Ninguém dá ponto sem nó.
Nada é de graça.
Muito menos a buceta.
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