Quando o eixo gravitacional de uma relação é a mentira, a trapaça, se uma das partes deixa de fazê-lo, a relação acaba.
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Quarentena
Às vezes, minimizar as perdas já é um puta feito. Naturalmente, não há futuro sem o presente. Nem passado que não tenha passado. O que isso significa? Sei lá... Antes o futuro parecia ser risonho, instigante, cheio de possibilidades. Agora, nebuloso, incerto, até a sobrevivência está ameaçada.
Não se fazem mais futuros como antigamente. O presente passa com tanta rapidez que quando o futuro chega, já é passado. Quando uma besta quadrada responde à outra besta quadrada, melhor não se meter. Quando se chega naquela fase em que nada do que aconteceu ou o quê fez faz diferença, melhor uma saída honrosa do que um pé na bunda.
domingo, 12 de abril de 2020
BABOSEIRAS
Eu não vi a volta dos que não foram. Não fui o último a apagar à luz, nem atirei a primeira pedra. Não faço ideia de onde Judas perdeu as botas, nem fui o último a rir, e tampouco o primeiro. Não sei qual a cor do cavalo branco do Napoleão, nem se o buraco é mais embaixo, se todos os gatos à noite são pardos, não quero saber se cão que late não morde, vai que morda; muito menos se a esperança é a última que morre, já que perdi a minha há tempos. O que me importa se todos os caminhos levam à Roma, se nunca estive lá; se a grama do vizinho é mais verde, por mais que me mandem pastar. Sem essa de que devagar se vai ao longe. Eu quero mais é que o pau que bate em Chico, bata em Francisco, ainda mais sendo um papa que dá maus exemplos e abençoa bandidos. Mesmo porque duvido que a justiça tarda mas não falha, e muito menos que Deus escreve certo por linhas tortas. Bem mais crível é que ladrão que rouba ladrão tenha cem anos de perdão, ainda mais no Brasil, sob os auspícios da banda podre do Supremo, onde o hábito obviamente faz o monge, e não adianta a gente chorar pelo leite derramado. Enfim, há quem acredite que é dando que se recebe, foda-se quem pensa que os últimos serão os primeiros, e que devagar se vai ao longe. Muito menos que a mentira tenha perna curta, nesses tempos de fake news. Afinal, se onde há fumaça há fogo, o seguro realmente morreu de velho, tanto faz se para um bom entendedor meia palavra baste, menos mal que os olhos não vejam o que coração não sente.
Mano, pode até ser que água mole em pedra dura bate até que fura, que as aparências enganem, que o apressado come cru, mas e daí, se cada macaco em seu galho ? Se a voz do povo é a voz de Deus. Meu, há que concordar : quem mistura-se aos porcos, farelo come. Que quem pode, pode; quem não pode, se sacode. E se escreveu e não leu, o pau comeu, e pimenta nos olhos dos outro é refresco. Enfim, se é vero que quando um burro fala convém que os outros baixem as orelhas, grato pela atenção, grande abraço, até a próxima, que baboseiras aqui não faltam.
o conúbio amoroso
em cinco atos 1. A pessoa se apaixona, ama cegamente. 2. Continua amando, mas começa a ver algumas coisas que não via antes. 3. Começa a ter dúvidas, a questionar. 4. Vê que deixou de amar, e afasta-se, repudia. 5. O amor vira indiferença, aversão e até em ódio.
sábado, 11 de abril de 2020
AS CINCO FASES (ou o câncer do amor)
1. Negação A pessoa recusa-se a aceitar, não acredita que possa ser grave. 2. Revolta Passa a sentir-se injustiçado, reage com hostilidade. 3. Barganha Questiona, tenta negociar, imagina que possa haver saídas alternativas. 4. Depressão A ficha cai. A tristeza profunda advém ao perceber que nada pode fazer. 5. Aceitação Passado o choque emocional, aceita os fatos, e aos poucos reage, passa a acreditar na possibilidade de cura. Essas são as cinco etapas que normalmente ocorrem após o diagnóstico de câncer. Curiosamente, o mesmo processo que envolve o fim de um grande amor.