verba volant, scripta manent.
(Palavras voam, a escrita permanece).
Mais que ninguém, sei muito bem
da veracidade de tal provérbio latino.
O que escrevi está à mão, ou melhor,
à vista e ao permanente escrutínio
de qualquer cada um. Depondo contra
ou a meu favor.
Se de algum valor ou simples asneiras,
vai de cada um julgar.
O problema (do entendimento) está na proposta
pretensiosa desses escritos.
Na pretensão de fazer literatura.
O que exige método de abordagem, apuro, conteúdo.
Algo que não me sinto em condições de avaliar.
Ainda mais sendo iminentemente sentimentais,
contrariando o que ensina mestre Fernando Pessoa,
para quem o poeta "deve viver cada estado da alma
antes pela inteligência que pela emoção".
O que explica soarem como um recorrente libelo
pessoal, cuja narrativa se desgarra da obrigação
de serem palatáveis, de fácil leitura.
Em meu desdouro, mas se assim não fosse,
não seria eu.
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