sexta-feira, 10 de julho de 2020
tudo o que o coração pede e precisa
Estranho constatar que as virtudes
nem sempre são bem-vistas.
O hábito de duvidar de tudo
e de todos
é um imperativo da realidade líquida
da pós-modernidade.
As pessoas nunca foram tão materialistas e dissimuladas.
Misturam precaução com prevenção.
Despejam suas neuroses
umas nas outras.
Vivem na superfície,
sem se aprofundar em nada
além de satisfazer os instintos,
compartilhar banalidades
em detrimento do que o coração
pede e precisa.
De repente, olham para a frente
e tudo o que querem
é voltar
atrás.
Mas não podem.
quinta-feira, 9 de julho de 2020
o fluxo natural das coisas
Os rios não correm para trás.
O tempo não retrocede.
Vaga e falha é a ideia
que fazemos de um mundo
em que
nada é o que parece ser.
em que
nada é o que parece ser.
Muito menos as pessoas.
A vida é a arte do auto-engano.
Visto que os malfeitos nunca se apagam.
Vagam, onipresentes,
porque não podemos voltar atrás.
porque não podemos voltar atrás.
Reverter o fluxo natural das coisas.
O que está feito, está feito.
A aceitação é um jogo de cartas marcadas.
Aceitamos aquilo que nos convém,
sábio é o que não exagera ou exclui.
Que é capaz de entender que a imperfeição
a tudo permeia e corrompe.
Que é capaz de entender que a imperfeição
a tudo permeia e corrompe.
Os sentimentos e o próprio amor
nos ciclos que se fecham.
No fluxo natural das coisas que
incautamente ignoramos.
segunda-feira, 6 de julho de 2020
só o tempo dirá
O coração finalmente sossegou.
Já não berra.
Já não sangra.
Só quer paz.
Não a paz dos cemitérios,
mas de quem se conhece melhor.
De quem não perdeu o gosto pela vida,
apenas se aquietou.
Feito um vulcão hibernando ? Um rio que secou ?
Um peregrino que chegou ao fim da jornada ?
Só o tempo dirá.
domingo, 5 de julho de 2020
sábado, 4 de julho de 2020
dos males, o menor
Nós somos aquilo que tentamos esconder.
Às vezes, de nós mesmos.
Dos erros, falhas, infâmias.
No fundo, ninguém é melhor do que ninguém.
Basta olharmos a criação,
as coisas que cada um é obrigado a passar.
As inescapáveis imposições sociais,
a herança genética.
De quem a culpa por ser
como somos ?
O que a vida faz com a gente
só a gente sabe.
O mesmo livre arbítrio liberta e aprisiona.
Honestidade e bons propósitos não garantem
nada,
mas é só o que nos salva
do utilitarismo escroto de hoje em dia.
A vida fútil, dos males, o menor.
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