domingo, 13 de dezembro de 2020


                               o toma-lá-dá-cá escroto da vida





As ausências preenchem o vazio em

que me sustento.

Feito de resignação e resiliência.

O que perdi é minha maior riqueza : não depender, 

não precisar de ninguém além de mim mesmo.

O pouco que tenho, é o que eu tenho. 

O quê o dinheiro pode comprar,

no toma-lá-dá-cá escroto da vida : 

pequenos prazeres que valem mais que 

as migalhas de afeto 

a que só fiz jus 

enquanto fui útil.

Do interesse daqueles que debandaram

como se não me conhecessem. 

Implacáveis,

infalíveis,

como esse Deus 

que criou o universo

o diabo,

e depois jogou um foda -se.


Meu instante agora é de supressão do mundo

paralítico de outrora, 

em que apenas vegetava, cada vez mais distante 

de ser eu mesmo, até desmoronar 

diante dos engodos do amor.

O qual se imbricou além de mim, como uma flor

cuja haste se quebrou, 

espalhando suas pétalas no jardim 

em que um Eros sonolento tira meleca do nariz.
















 

sábado, 12 de dezembro de 2020





A cor da minha pele não me define.

Meu status social paira acima de tudo.

Tenho grana, logo, existo !





 




E lá se vai mais um dia.

Nada à lamentar.

Nem o bem que me faz chorar.




 




O STF acaba de determinar :

quem crê em Deus, vai para o inferno.


 




Num minuto cabem 

todas as dolores do mundo. 




 


                              da calmaria ao tormento






Cedo ou tarde, dias de tormento sempre chegam.

E não há nada que se possa fazer 

para evitar.

A vida engana a vida, assim como nos engamos

com as pessoas.

Cada qual vergastado por suas escolhas.

No dilema sujo que nos consome, em que

as alegrias fecundam as dores,

tudo em que é possível acreditar morre ao final

de cada dia.

Na maldição de viver, a beleza de reviver num mundo

em que os próprios desenganos

são um engano.


Te dei o meu amor mas não foi suficiente.

E da calmaria ao tormento, foi só uma questão

de tempo.

Se não te parecia bom daquele jeito,

hoje, eu, refeito,

seria o caso de te dizer, bem-feito !


 




 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020






O amor que definha e acaba,

nunca mais vemos com os mesmos olhos.

Pelo simples motivo de que,

em já não sendo mais nossa, 

a mulher amada perde os atrativos.






 



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