aceitação
A aceitação das coisas como são.
Parindo amor, mágoa, morte.
Sina de criaturas carcomidas pelo verme da vida.
Feita de máscaras, farsas, trapaças.
Em dias crivados de enganos.
A linguagem das coisas castas
consagradas ao inútil hábito de crer.
Urdindo cada separação e cada véspera.
Em espelhos, ecos, epitáfios que ramificam na grande
e insondável árvore das causas e efeitos.
Nas tramas de vidro e ferro, tudo é cíclico.
Lobos e cordeiros bebem na mesma fonte.
A memória encolhe e se purifica na aceitação
saturada de lembranças.