sábado, 1 de janeiro de 2022





 



 

        Fim de tarde de 01/01/2022 : um dia para não esquecer.             
                                 





Areia.

Cal.

Cimento.

E o pedreiro faz sua mágica.


            A sereia sorri

            para o náufrago,

            antes de afogá-lo.


Há sempre uma pedra

na estrada,

a espera de alguém

que tropece nela.


            A noite pede silêncio,

            mas faltou combinar

            com o grito. 


 

            

            

 

 


       



 

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021


                  mutatis mutandis



                        


Tudo está em constante mutação.

Ainda que às vezes imperceptível.

Às vezes para melhor, mas quase sempre

para pior.

À medida que envelhecemos.

Às vezes antes disso.

Não há mudança indolor.

Mesmo quando tudo parece bem,

no fundo,

é apenas a véspera dos infortúnios.

Até o amor fere.

Pode ser a coisa mais bela

e a mais triste.

O tempo repartido é provedor e algoz.

Entender a vontade de Deus transcende 

ao conhecimento.

O conhecimento nunca é suficiente.

O efêmero garante que a vida prossiga.

Mutatis mutandis, e segue o baile.










                 mais valia





Desejaria não ter desejos.

Não obstante, tenho-os em demasia.

Mais do que gostaria.

Em sua maioria, alegorias.

Saturadas de mais valia. 




 



                     palavra de ordem 





Resistir é preciso.

Resistir é a palavra de ordem.

Resistir, resistir,

até a vida se extinguir.


 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021


                               irretocável e irrevogável





Não sei mais que conselhos de vida

dou a meu filho.

Minhas velhas lições gastas

soam anacrônicas, às vezes até cômicas.

De tanto ver triunfar as nulidades (né, poeta ?)   

nem sei mais o que é certo ou errado.

Bons exemplos não bastam.

Corretivos muito menos, desde que a velha e boa tunda

foi abolida, e até proibida. 

Irrevogável e irretocável, no fim das contas, 

só o velho mantra do bom pilantra :

faça o que eu digo mas não faça o que eu faço.





 

 



terça-feira, 21 de dezembro de 2021



                  o bem e o mal andam de mão dadas





Não há culpados nem inocentes no reino de Deus, Alá,

ou de qualquer outra divindade fajuta.

O bem e o mal andam de mãos dadas,

mudam de lado constantemente.

O certo e o errado se confundem, quem faz o bem

hoje é o assassino de amanhã.

Tudo depende das circunstâncias, do ponto de vista.

Mais de 6 milhões de judeus foram mortos nos campos

de concentração nazistas na segunda Grande Guerra, 

e agora são os judeus que mantém milhares de palestinos 

confinados na Faixa de Gaza, sob bombardeios 

constantes e toda sorte de privações. 


Serão os genocidas um mal necessário? 

Alguém tem que fazer o trabalho sujo.

Nascem, são "escalados " para isso.

Se pudessem escolher, provavelmente declinariam do terrível 

papel que lhes é reservado.

Um mundo de paz e bondade é desejável mas inviável. 

A dura verdade é que sem as guerras, os genocídios, 

o mundo seria inabitável.

E será, do jeito que as coisas andam.

Somos mais de 8 bilhões de habitantes, até 2050

será o dobro. Haverá comida, água, meios de subsistência

para todos ?

Há quem acredite que epidemias como a Covid

são uma reação à profanação da Natureza. 

Faz sentido. Mas reação de quem ? 

Causas naturais ( divinas) ou induzidas ( humanas) ?,

eis a pergunta que fica no ar.







   



 



 

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