sábado, 20 de agosto de 2022



                       


                



                 perspectiva





De manhã, ainda sonado,

saindo para trabalhar,

sacolejando no ônibus lotado,

a pergunta que não quer calar :

é para isto que vim ao mundo ?

No banco ao lado, um aleijado

dá bom dia até para cavalo.




                              a lógica dos sociopatas





Acima de toda e qualquer coisa, a vida é uma sucessão 

de enganos.

De engano em engano o coração desenganado vai se despetalando,

às fraquezas e desalentos se entregando, 

marcado para sofrer,

se esvaindo como um veio de água escorrendo pela encosta.

Enganamo-nos com tudo e com todos. 

Entre doces ruínas mortas

edificamos caminhos de ternuras idiotas.

O amor germina e acaba como tudo que é inapreensível.

Uma coisa é viver a vida, a outra é estabelecer condicionantes

para a felicidade. Como os laços afetivos, que são os

que mais nos ferem e decepcionam.

Gasta-se o tempo construindo quimeras autofágicas.

A busca de nós mesmos rói e escalavra

o sentido das coisas. 

Vivemos num mundo de mentiras que vende a doença

como cura.

Em que o lema é subornar a permissiva consciência.

Em nome da sobrevivência tudo é válido.

Enganando os outros, enganando-se. 

A verdade de cada um investe contra a verdade do outro.

Pouco importa estar com a razão ou não.

A razão do mais forte, do mais poderoso, sempre prevalece.

Quando não da truculência.

Para estes, os enganos não contam.

Sob a lógica dos sociopatas.




























   

sexta-feira, 19 de agosto de 2022



                         lágrimas benditas





Fui destinado a ser feliz.

Privilegiado por tudo que recebi.

Sofri muito menos do que mereci.

Das coisas erradas fui sempre absolvido.

Não nasci para grandes feitos, mas colhi o que plantei.

Dores arbitrárias, amores malogrados não me derrotaram.

As adversidades me fortaleceram.

As lágrimas benditas me humanizaram.

O coração exaurido de tudo,

Saciado do amor como uma abelha 

Que se afoga no próprio mel.




 

domingo, 14 de agosto de 2022




O que é, o que é...

Não tem asas mas voa

Não tem voz mas fala

Não tem olhos mas enxerga

Não tem inteligência mas é sábia.  

Não tem coração mas sente ?

A imaginação...



 


                                            entrega




Por mais que eu fuja, não queira, o amor teima 

em me encontrar.

O amor barro, planta, bruto, imoral.

Achega-se de um jeito tão envolvente

como a dor saindo da ferida.

Passeia entre cerejeiras em flor.

Mata minha sede na fonte mais fresca.

E não obstante tratar-se de buquês de carnes 

corrompidas.

me entrego a elas.

As prostitutas...






                 meu éden




 



Rosa entreaberta

Fresca e orvalhada

Fonte de prazeres

Em que mato minha sede.

No éden que gestas

Entre os grandes e pequenos lábios...



 


                                  a democracia da bandidagem





É duro admitir mas mais felizes são os alienados,

os ignorantes, analfabetos funcionais, sociopatas,

que não se questionam, não tem noção das coisas 

e pruridos morais.

Como os lulopetistas. 

Que torcem para o país não dar certo, que acham 

a bandalheira algo normal, dentro do famigerado slogan

"rouba mas faz".

Em suma, escória atrai escória. O populacho, a mídia 

e ícones populares desmamados à forceps das tetas públicas, 

à infinidade de sindicatos, ongs, MLTs da vida, partidos de esquerda

a banda podre do Supremo,  que veem no maior ladrão 

da história não o salvador da Pátria, 

mas da cleptocracia que bem ou mal o governo

Bolsonaro botou para quebrar. 

E o resultado aí está, as estatais voltando a dar lucro depois de

décadas, a economia crescendo, o superavit comercial 

batendo recordes, o desemprego recuando para níveis nunca

vistos, tudo isso em meio as sabotagens do congresso, do supremo,

de governadores, que se beneficiaram e fizeram uso político

de dois anos de uma pandemia que prometia quebrar o país.

Pois não só não quebrou como não impediu que o "genocida"

socorresse a população mais carente, entregasse obras 

de infraestrutura como nenhum outro, e de quebra, 

recolocasse o Brasil entre as grandes potências mundiais.

Algo que a escória prefere ignorar, por ignorância, má fé,

ambição, ou seja lá o que for, em função de uma narrativa

demoníaca que coloca os próprios fundamentos da democracia 

em xeque.

Uma democracia que serve aos propósitos da bandidagem 

não é democracia.


   


   


 



  





     




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