perspectiva
De manhã, ainda sonado,
saindo para trabalhar,
sacolejando no ônibus lotado,
a pergunta que não quer calar :
é para isto que vim ao mundo ?
No banco ao lado, um aleijado
dá bom dia até para cavalo.
a lógica dos sociopatas
Acima de toda e qualquer coisa, a vida é uma sucessão
de enganos.
De engano em engano o coração desenganado vai se despetalando,
às fraquezas e desalentos se entregando,
marcado para sofrer,
se esvaindo como um veio de água escorrendo pela encosta.
Enganamo-nos com tudo e com todos.
Entre doces ruínas mortas
edificamos caminhos de ternuras idiotas.
O amor germina e acaba como tudo que é inapreensível.
Uma coisa é viver a vida, a outra é estabelecer condicionantes
para a felicidade. Como os laços afetivos, que são os
que mais nos ferem e decepcionam.
Gasta-se o tempo construindo quimeras autofágicas.
A busca de nós mesmos rói e escalavra
o sentido das coisas.
Vivemos num mundo de mentiras que vende a doença
como cura.
Em que o lema é subornar a permissiva consciência.
Em nome da sobrevivência tudo é válido.
Enganando os outros, enganando-se.
A verdade de cada um investe contra a verdade do outro.
Pouco importa estar com a razão ou não.
A razão do mais forte, do mais poderoso, sempre prevalece.
Quando não da truculência.
Para estes, os enganos não contam.
Sob a lógica dos sociopatas.
lágrimas benditas
Fui destinado a ser feliz.
Privilegiado por tudo que recebi.
Sofri muito menos do que mereci.
Das coisas erradas fui sempre absolvido.
Não nasci para grandes feitos, mas colhi o que plantei.
Dores arbitrárias, amores malogrados não me derrotaram.
As adversidades me fortaleceram.
As lágrimas benditas me humanizaram.
O coração exaurido de tudo,
Saciado do amor como uma abelha
Que se afoga no próprio mel.
entrega
Por mais que eu fuja, não queira, o amor teima
em me encontrar.
O amor barro, planta, bruto, imoral.
Achega-se de um jeito tão envolvente
como a dor saindo da ferida.
Passeia entre cerejeiras em flor.
Mata minha sede na fonte mais fresca.
E não obstante tratar-se de buquês de carnes
corrompidas.
me entrego a elas.
As prostitutas...
a democracia da bandidagem
É duro admitir mas mais felizes são os alienados,
os ignorantes, analfabetos funcionais, sociopatas,
que não se questionam, não tem noção das coisas
e pruridos morais.
Como os lulopetistas.
Que torcem para o país não dar certo, que acham
a bandalheira algo normal, dentro do famigerado slogan
"rouba mas faz".
Em suma, escória atrai escória. O populacho, a mídia
e ícones populares desmamados à forceps das tetas públicas,
à infinidade de sindicatos, ongs, MLTs da vida, partidos de esquerda
a banda podre do Supremo, que veem no maior ladrão
da história não o salvador da Pátria,
mas da cleptocracia que bem ou mal o governo
Bolsonaro botou para quebrar.
E o resultado aí está, as estatais voltando a dar lucro depois de
décadas, a economia crescendo, o superavit comercial
batendo recordes, o desemprego recuando para níveis nunca
vistos, tudo isso em meio as sabotagens do congresso, do supremo,
de governadores, que se beneficiaram e fizeram uso político
de dois anos de uma pandemia que prometia quebrar o país.
Pois não só não quebrou como não impediu que o "genocida"
socorresse a população mais carente, entregasse obras
de infraestrutura como nenhum outro, e de quebra,
recolocasse o Brasil entre as grandes potências mundiais.
Algo que a escória prefere ignorar, por ignorância, má fé,
ambição, ou seja lá o que for, em função de uma narrativa
demoníaca que coloca os próprios fundamentos da democracia
em xeque.
Uma democracia que serve aos propósitos da bandidagem
não é democracia.
a noite eterna a noite eterna chega devagar a vida passa devagar até tudo passar e você de repente acordar sozin...