laços que atam e desatam
Há no coração um compartimento secreto, inviolável.
Em que os achados e perdidos da vida convivem.
Onde há sempre um cão, um gato, algum bicho de estimação
para lembrar.
Onde há sempre uma canção inesquecível, antigos folguedos,
férias de verão, um amigo que tocava violão,
como era mesmo o nome dele ?
Há sempre restos, rostos, desgostos, tristezas e alegrias
diluídas ao longo do tempo.
Um câncer sorrateiro, o adeus prematuro de entes queridos.
Há sempre segredos, mentiras,
amores passageiros.
Nomes que ficaram marcados.
Há sempre o de sempre.
Uma imensidão de vazios.
Laços que atam e desatam.
Há sempre muito à lembrar.
Há sempre muito à olvidar.
Sorte de quem teve uma vida boa
e viveu para contar.