domingo, 3 de março de 2024


                                   laços que atam e desatam 






Há no coração um compartimento secreto, inviolável.

Em que os achados e perdidos da vida convivem.

Onde há sempre um cão, um gato, algum bicho de estimação 

para lembrar.

Onde há sempre uma canção inesquecível, antigos folguedos, 

férias de verão, um amigo que tocava violão, 

como era mesmo o nome dele ?


Há sempre restos, rostos, desgostos, tristezas e alegrias 

diluídas ao longo do tempo.

Um câncer sorrateiro, o adeus prematuro de entes queridos.

Há sempre segredos, mentiras,

amores passageiros.

Nomes que ficaram marcados.


Há sempre o de sempre.

Uma imensidão de vazios.

Laços que atam e desatam.


Há sempre muito à lembrar.

Há sempre muito à olvidar.

Sorte de quem teve uma vida boa

e viveu para contar.










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