segunda-feira, 23 de junho de 2025


                      tudo conspira contra


Desista,

não há como lidar com gente fora dos padrões normais.

Ainda mais em se tratando dessas moças de hoje em dia,

para quem dar a buceta é a coisa mais natural do mundo.

Será que é para isso que estamos caminhando ?

O famoso liberou geral ?

E já não é nem uma questão de grana.

As menininhas da era digital se contentam com likes 

e compartilhamentos nas redes sociais.

Onde costumam mostrar tudo e um pouco mais.

Onde não só mostram como assumem comportamentos

que beiram a depravação.

Porque uma coisa é o sexo entre quatro paredes, outra

é expô-lo a visitação pública, como carne de açougue.

E o bizarro é que ainda acham ruim quando são assediadas

execradas, ou até mesmo violentadas, em face de um

padrão de comportamento pior que a prostituição. Basta ver

o que acontece em certos raves, em que a moçada seminua 

se entretém em alentada troca de fluídos.

Coitado de quem ainda sonha com uma relação normal,

casar, constituir família.

Porque tudo conspira contra.

Daí tanto homem estar saindo do armário e virando a casaca.








                     


                               faca de dois gumes



Nosso amor é isso.

Uma faca de dois gumes. 

Em sendo feito de carne, nos condena

a sermos meros amantes.


Você foi o corte da minha ferida cicatrizada.

Você foi a faca cega a ferir minha carne

mutilada.


E sob outros aços, outras tramas,

inventou a sede que bebe o meu desejo.


Um alvoroço toma conta de mim

sempre que vou te ver.

Imagine a minha decepção

quando me deixas na mão.

Por que é tão difícil entender ?

Se brigo, cobro, implico, 

por pura vontade de te ver ?


O tempo perdido me consome.

Cada dia sem te ver é como uma colheita

perdida.

Não percebes que o amor e o ácido que o destrói

buscam a mesma coisa ?

Sobreviver ao corte informe

de uma faca de dois gumes.



domingo, 22 de junho de 2025



Um lembrete aos neófitos em poesia :

Não levem ao pé da letra tudo o que escrevo aqui.

Pois não passa disso, poesia...

Trocando em miúdos, 

não confundam cu com bunda.

 



Como ser feliz com tanta gente

passando fome, 

morrendo em guerras estúpidas ?

Mas sempre se pode

virar o rosto.

Ignorar o chumbo dos dias.

Lavas as mãos isentas de culpas.

E deixar-se, assim, calados.



                         o anti-amor


Você me perdeu antes mesmo de me ter.

Foi um anti-amor o que tivemos.

Que mais maltrata do que afaga.

Incompatíveis e inúteis.

Um o espelho do outro.

Ruminando as raízes da solidão.

Roendo as próprias entranhas.

Graves e profundos, em nossas

cegueiras e vertigens.


Apaguei o encantamento.

A luz que te vestia.

O teu amor me inoculou nostalgias

do fundo do tempo.

Esse teu rosto encantador,

Essa tua boca carnuda,

pôs o abismo sobre meus ombros.


Quis te amar mas você não deixou.

O teu amor reina sozinho.

Entre o teu ser e o meu,

entre ficar e partir,

o anti-amor investe como um cão furioso,

estraçalhando o coração.








     



Dormir

Dormir

Dormir 


              Para sempre

              Para sempre

              Para sempre


Seria um presente

Dormir para sempre



                        


                        contradição


Sinto falta

da tua pele

da tua sede

do teu nojo.


Vejo todo meu sonho permanecer no sono.

A contradição é a chama que aclara

a paisagem.

A memória não se dobra à traição.

Os presságios afundam no silêncio.

Onde ficar exala o odor de peixe podre.

Retornar ao velho enredo está fora de cogitações.

Esqueça-me, antes que te esqueça.

Ou queira-me, antes que te rejeite.





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