obsolescência
A gente está sempre se enganando.
Acreditando em quem não deve.
À espera do improvável.
Do quê nunca acontece.
E isso vai nos matando aos poucos.
Pessoas, situações, cada decepção deixa marcas.
E a descrença cria raízes, passamos a duvidar
À espera do improvável.
Do quê nunca acontece.
E isso vai nos matando aos poucos.
Pessoas, situações, cada decepção deixa marcas.
E a descrença cria raízes, passamos a duvidar
de tudo e de todos.
A arte de viver se dispersa em dores punitivas
A arte de viver se dispersa em dores punitivas
e fadigas.
A vida que me foi dada, aos poucos solapada.
O jogo divertido e as lutas sofreadas enroscados
A vida que me foi dada, aos poucos solapada.
O jogo divertido e as lutas sofreadas enroscados
no roteiro de equívocos que se abraçam.
Que tudo abarcam, à míngua de qualquer razão
Que tudo abarcam, à míngua de qualquer razão
para continuar acreditando.
No entanto, a crença irrefletida permanece.
E na trama que destrama, que ressurge,
e pune, a vida, o amor,
rebaixados à condição de mera utilidade.
Na desordem que se espraia,
a obsolescência silente e melancólica jaz,
compassiva, permissiva, letal.
Deus me livre de ter esperança.
No entanto, a crença irrefletida permanece.
E na trama que destrama, que ressurge,
e pune, a vida, o amor,
rebaixados à condição de mera utilidade.
Na desordem que se espraia,
a obsolescência silente e melancólica jaz,
compassiva, permissiva, letal.
Deus me livre de ter esperança.