almas sem asas
Nos dias em que nada acontece, almas sem asas
alçam voo sobre as vertentes do tempo.
Exalando ideias e ideais ordinariamente dispersos.
Quando sem rumo nem consenso, o coração assombrado
aprende a viver sem impostura.
A glória dos flagelos prefere os descaminhos.
A mentira, velha senhora, ainda circunda as ameias.
Monótona, a vida emperra na instantaneidade
mundana.
O primado das heresias introduz-se, adulterando
as elegias da inocência.
O caos ferve em louvor ao sobre-humano,
para expulsar a dor do Paraíso.