domingo, 16 de abril de 2017



                      DECÁLOGO DA VIDA





Nunca subestime a ignorância e a má fé humana. 


Tudo que alguém precisa para ser feliz se baseia em três pilares 
que se complementam : saúde, trabalho e família.  


Dinheiro, posses, fama, qualquer um pode obter. 
Caráter é um luxo para poucos.

A vida é menos complicada para quem... não complica as coisas. 

O mundo só é pequeno para quem... pensa pequeno. 


Aqui se faz, aqui se paga. O inferno é só para os vips. 

Ninguém perde por fazer o bem e ser correto, mas quebra 
a cara quando espera por reconhecimento, gratidão.  

És um homem ou um rato ? Depois que a ciência descobriu que o DNA de ambos é 99% igual, a pergunta passou a ser meio redundante, não é ? 






quinta-feira, 6 de abril de 2017



                                 MENTIR, VERBO INTRANSITIVO






Se a mentira é o veneno das relações, a dúvida é o antídoto.
 

A mentira é um mal necessário, já que a verdade nem todos aguentam. E sequer querem ouvir.


O pior mentiroso é aquele que mente para si mesmo. E com riqueza de detalhes.


Mentira na boca dos outros é imperdoável. Na nossa, um simples mal-entendido. 


Quanto mais mentimos, mais dependentes delas nos tornamos. 
De tal forma que quando diante da verdade, o primeiro impulso é duvidar, questionar, desacreditar. A ponto de não conseguirmos 
mais diferenciar uma coisa da outra, o que é mentira e o que é verdade. Ai prevalece a versão mais cômoda.


Há quem minta com tanta naturalidade, e são tão convincentes, que quando eventualmente falam a verdade, ninguém acredita.


Mentir é o esporte mundial por excelência. Mente-se tanto e a qualquer pretexto que quando alguém tem a ousadia de falar a verdade, é logo desacreditado, insultado e até bloqueado no sanatório geral das redes sociais. Mormente os que ousam contrariar o senso comum, o politicamente correto, pensar fora da caixinha. Daí a pujança inabalável da clã dos impostores, pilantras e meliantes que fazem da enganação e da mentira o seu modus operandi para se dar bem na vida.


A diferença entre o mentiroso eventual e o inveterado é que o primeiro não é levado à sério, e o outro, à sério demais.


Mentir é tão comum e disseminado que deixou de ser pecado, por decurso de prazo. Com o inferno lotado, o diabo não recorreu.


Mentir, todos mentem. Quem garante o contrário, não passa de um grande mentiroso.


É preferível uma mentira piedosa a uma verdade cruel. É ou não é ?


Quando a mentira já não cola, é sinal de que você foi desmascarado. Hora de pensar em delação premiada.


Mentir é feio, como todo mundo sabe. Já omitir pode, mesmo abrangendo coisas bem piores. Em suma, mente-se no varejo, e omite-se no atacado. E estamos conversados.






    

                  

quarta-feira, 5 de abril de 2017

CAVALO DE TROIA

 



Nenhuma muralha é intransponível.
Nenhuma fortaleza, inexpugnável.
Ninguém é de ferro. Nem de vidro. 
À toda prova. 
Nenhum dia é igual ao outro.
Mesmo fazendo sempre as mesmas coisas.
Alguém está sempre partindo.
Alguma coisa está sempre se partindo.
Cuidado com os estilhaços...
Cuidado onde pisa. Em quem pisa.
Ninguém é uma ilha. Nem uma fortaleza.
Quando muito, uma trincheira. 
Um alvo fácil. Um inocente útil. Descartável.
Ninguém é insubstituível. 
Sequer inesquecível.
Pois a fila anda, como se sabe.
Nada resiste ao tempo. Nem os sentimentos,
de primeira ou segunda mão.
Tudo morre e se renova. E vice-versa.
Ninguém é uma rocha. 
Nada é para sempre.
Toda muralha tem seu dia de cavalo de Troia.  






terça-feira, 4 de abril de 2017




                    O RABO DO CACHORRO


O dinheiro é o eixo do mundo e o lucro, o seu patrão.
O que importa se o teu amor te dispensou ?
Se a bolsa subiu, o dólar disparou,
compre um novo amor.

Riqueza espanta a tristeza, atrai a beleza.
Quem tem grana, não sente solidão.
Convivas estarão sempre de prontidão.
Séquito de puxa-sacos te ladearão.
Abrirão portas à sua passagem,
rirão de suas piadas (mesmo as sem graça).
Basta que continues mão aberta, e tua popularidade
estará sempre em alta.
Se feio ou chato, ninguém se importará,
enquanto mantiveres o status e o belo carrão.
Grosso ou cafona ? Pois sim, trata-se de um excêntrico, 
dirão, 
e não faltará quem te ache charmoso e original.
Tédio não existirá em teu dicionário.
Se te faltam talentos e encantos pessoais, não se amofine. 
pois até isso o dinheiro compra. 
Tudo tem seu preço.
O cão, o canil, e o abanar do rabo (anônimo).




set/1996

  


domingo, 2 de abril de 2017



                  O BALACOBACO DO DEUS EX MACHINA 





Afinal, porque escrevo ? Para quê escrevo ? E sobretudo, para quem escrevo, se ao contrário das cartas de antigamente - será que alguém ainda as escreve ? -, nunca se sabe quem são os destinatários no mundo cibernético

. Diferentemente de escrever em publicações convencionais, que tem um público mais ou menos definido, ainda mais quando setorizado, postagens num ambiente infinitamente mais abrangentes e persecutórias como a Internet é o mesmo que andar às cegas.  
Com a vertiginosa expansão dos meios de comunicação, nas asas da blogosfera, inaugurou-se uma nova era na civilização - rica e ao mesmo tempo altamente deletéria -, que excede as próprias profecias dos gurus futuristas, Marshall Mc Luhan e Aldous Huxley.  Ao menos no que se refere à interação e integração global on line, que não só inverteu como subverteu a pirâmide social, ao dar voz - e poder - aos marginalizados e excluídos da sociedade. 

Vocalização anárquica e dispersa, é verdade, mas de qualquer forma, altissonante e contundente o suficiente para tomar o protagonismo da imprensa tradicional como instrumento de persuasão e pressão. Um protagonismo exercido principalmente pelas redes sociais, onde a repercussão instantânea e viral de tudo que é postado representa hoje em dia a verdadeira caixa de ressonância da sociedade. 
Fato que enseja o surgimento de novos paradigmas de comunicação, baseados na hipermídia, cujos fundamentos, elencados na década de 60 pelo filósofo e estudioso canadense Ted Nelson, já previam a conjunção de várias mídias num mundo dominado pelos computadores e por uma parafernália eletrônica cada vez mais sofisticada e massiva. 
Um balacobaco de tal monta, em suma, que me permite estar aqui teclando essas mal-traçadas em escala mundial, é mole ? Se alguém vai ler, é outra questão. Razão pela qual, pensando bem, pouco importa saber porque, para quê e para quem escrevo. Escrevo porque quero, porque gosto e se alguém se der ao trabalho de ler e for de alguma serventia, beleza. Do contrário, vida que segue, cada um por si e o deus ex machina da Internet por todos. 


  




sábado, 1 de abril de 2017


                            SOSSEGA, CORAÇÃO


Meu coração às vezes bate tão forte
que até parece que vai sair pela boca.
Bate tão depressa que até parece estar
apostando corrida contra o tempo.

Calma aí, coraçãozinho valente !
Se aquiete em seu canto de sempre.
Não se precipite, não se apresse.
Não vá me aplicar nenhuma peça.

Ainda que não lhe faltem razões,
tamanho os sobressaltos e atribulações
que vivo arranjando, 
não me deixa na mão.

Sossegue por mais algum tempo.
Aguente o tranco, segure o rojão.
Porque depois terá - teremos ? -
toda a eternidade para descansar.

Março de 2017



 

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