domingo, 2 de abril de 2017



                  O BALACOBACO DO DEUS EX MACHINA 





Afinal, porque escrevo ? Para quê escrevo ? E sobretudo, para quem escrevo, se ao contrário das cartas de antigamente - será que alguém ainda as escreve ? -, nunca se sabe quem são os destinatários no mundo cibernético

. Diferentemente de escrever em publicações convencionais, que tem um público mais ou menos definido, ainda mais quando setorizado, postagens num ambiente infinitamente mais abrangentes e persecutórias como a Internet é o mesmo que andar às cegas.  
Com a vertiginosa expansão dos meios de comunicação, nas asas da blogosfera, inaugurou-se uma nova era na civilização - rica e ao mesmo tempo altamente deletéria -, que excede as próprias profecias dos gurus futuristas, Marshall Mc Luhan e Aldous Huxley.  Ao menos no que se refere à interação e integração global on line, que não só inverteu como subverteu a pirâmide social, ao dar voz - e poder - aos marginalizados e excluídos da sociedade. 

Vocalização anárquica e dispersa, é verdade, mas de qualquer forma, altissonante e contundente o suficiente para tomar o protagonismo da imprensa tradicional como instrumento de persuasão e pressão. Um protagonismo exercido principalmente pelas redes sociais, onde a repercussão instantânea e viral de tudo que é postado representa hoje em dia a verdadeira caixa de ressonância da sociedade. 
Fato que enseja o surgimento de novos paradigmas de comunicação, baseados na hipermídia, cujos fundamentos, elencados na década de 60 pelo filósofo e estudioso canadense Ted Nelson, já previam a conjunção de várias mídias num mundo dominado pelos computadores e por uma parafernália eletrônica cada vez mais sofisticada e massiva. 
Um balacobaco de tal monta, em suma, que me permite estar aqui teclando essas mal-traçadas em escala mundial, é mole ? Se alguém vai ler, é outra questão. Razão pela qual, pensando bem, pouco importa saber porque, para quê e para quem escrevo. Escrevo porque quero, porque gosto e se alguém se der ao trabalho de ler e for de alguma serventia, beleza. Do contrário, vida que segue, cada um por si e o deus ex machina da Internet por todos. 


  




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