terça-feira, 2 de agosto de 2016

                 ENSAIO À MODA ANTIGA





Às vezes me pergunto se ainda é possível 
o amor sobreviver nesse mundo louco.
Não o amor vulgar e mercantilizado, 
à venda nas melhores casas do ramo,
ao gosto (e bolso) do freguês.
Falo do amor à antiga, cantado em prosa e verso,
em livros e canções que hoje soam anacrônicos,
piegas até.
Afinal, quem ainda manda flores, faz a corte,
elabora versos como os que cometo aqui,
não sem um pé atrás ?

Tudo bem, de minha parte assumo a nostalgia,
o desencanto com o que vejo por aí.
Com a frivolidade das relações,
latente no próprio linguajar chulo
com que os casais modernos se tratam.
Com a falta de cavalheirismo, de feminilidade.
da vugaridade que impera de um modo geral.

Que fim terá levado o velho e bom romantismo,
o ritual da conquista,
o protocolo da aproximação, 
com direito a rubor nas faces 
e as atabalhoadas cantadas ?

Nesses tempos sob a égide da cultura do lixo, 
do lixo da cultura,
do culto às drogas e banalização do sexo,
amar que é bom, é um luxo para poucos.

A palavra de ordem é curtir, ficar.
O resto é resto.









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                                       não acredite                         quando digo                        que te amo Não acredite quand...