domingo, 18 de setembro de 2016



                      simples assim 
                                                 


Há dias que vale a pena viver.
Outros nem tanto,
mas há que suportá-los
por mais pesado que seja 

o fardo da rotina.
Do pega pra capar pela subsistência.

Há dias de ouro,
para serem valorizados
entre tantos que apenas passam
sem deixar lembranças, saudades.
Há dias perfeitos, de cuja simplicidade
nem nos damos conta.
Não reparamos quão belos são,
em seu escoar tranquilo, 
feito a chuva
que cai mansamente nesse fim de tarde.

Amo a chuva que cai languidamente,
enquanto espio da janela
o vaivém intermitente
das pessoas, dos carros que transitam    
pela avenida luzidia.
Amo a calmaria desses dias perfeitos,
a preguiça que me assalta,
o alarido de meu filho 
brincando no quarto ao lado.
Amo o perfume que exalas, mulher,
ao sair do banho.
Amo teu jeito de mulher-menina,
teu olhar de quem nada quer 
tudo querendo.

Olho em volta e vejo que não preciso 
de muita coisa para ser feliz.
Apenas dias assim, tranquilos, 
ao lado de quem amo.
Ao lado de quem faz 
a vida valer a pena. 





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