domingo, 5 de março de 2017



                

                                  BELO E INSANO  






Como um barquinho de papel em água revolta.
Como uma planta que a chuva rega e o vento fustiga.
Como um inseto tardívago e sua trágica sina de vítima 
e predador.
Como uma flor que desabrocha, encanta e despetala 
num lapso de tempo.
Como um pássaro caído do ninho e abandonado à própria sorte.
Como um fugaz arco-iris no horizonte, depois da chuva.
Como uma estrela cadente, que risca o breu da noite, subitamente.
Assim é nossa precária trajetória.
Assim é a metáfora da vida.
Linda e sofrida.
Perene e cruel.
Breve e misteriosa.
Que só Deus explica.
Se é que Ele exista.
Se é que Ele se importe com nossas provações,
com nossa sorte nesse mundo belo e insano.
Em que o amor e a dor são como unha e carne,
andam lado a lado,
e mudam de lado 
sem que nada possamos fazer.
Além de orar para um Deus que não nos ouve.



















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