segunda-feira, 24 de julho de 2017



                     
                             REMÉDIO AMARGO





A analogia não é nova, nem original, mas é a que melhor continua retratando a realidade no país : a de um doente em estágio terminal, respirando por aparelhos.
A coisa está tão feia e sem perspectivas que a população virou refém da criminalidade generalizada que se espalha a partir da própria degradação dos poderes constituídos. A sensação reinante é de crescente insegurança e desamparo, em função da ação recorrente e cada vez mais desinibida da bandidagem, em todos os níveis e setores da sociedade.  
Um verdadeiro círculo vicioso, inspirado nos altos escalões governamentais e administrativos, virtuais saqueadores dos cofres públicos e sabotadores da justiça e da legalidade, e que culmina no estado de conflagração que toma conta do país. Seja na verdadeira guerrilha urbana que grassa sobretudo na outrora Cidade Maravilhosa, como na própria expressão máxima de nossa cultura, o futebol. 
Cujos espetáculos dantescos semanalmente protagonizados por bandidos transvestidos de torcedores apenas corroboram a total inépcia do Estado para gerir a coisa pública e garantir um mínimo de proteção à população.
Situação esta que torna inevitável - e de certa forma justificável - conjecturar que, com as coisas indo de mal a pior, só mesmo um tratamento de choque para por ordem nessa esbórnia. Ou seja, uma grande mobilização popular, no estilo do movimento que sacudiu o país há quatro anos, ou uma intervenção militar.
Anseio que de resto, a cada dia ganha mais adeptos em nossa massacrada sociedade, não obstante escandalize certos setores pretensamente vanguardistas e alinhados à esquerda corrupta que detonou o país. 
Um remédio amargo, com certeza, mas infelizmente o único que parece capaz de fazer efeito diante do descalabro que toma conta do país. Um país em que a marginalidade de agiganta a cada dia, na proporção do aprofundamento da crise, sem falar no péssimo exemplo que vem de cima. E em não havendo empregos suficientes e remuneração minimamente condizente, é mais simples e lucrativo traficar e roubar. Simples assim.
Onde isso vai parar, só Deus sabe. Ou talvez nem Ele, que diziam ser brasileiro, mas que diante da pusilanimidade reinante - basta ver os nomes que se apresentam para as eleições presidenciais do próximo ano (Lula, Marina, Ciro, Bolsonaro, etc) -, parece ter deixado tudo por conta do capeta mesmo.   


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