Quando deliberada ou opcional, a solidão não é necessariamente um mal. Ao contrário, às vezes pode ser até benéfica, terapêutica.
O inconveniente na solidão é sentir-se sozinho mesmo cercado de gente, ignorado, isolado, sem ninguém notar ou se importar.
Nada mais solitário do que sentir como se estivesse invisível, vagando em meio a rostos desconhecidos, ou pior ainda : ver-se como um estranho no ninho, entre seus entes queridos.
Ser sozinho não é problema, o problema é o isolamento do descaso, da ingratidão. É ser visto como mero coadjuvante, provedor, alguém de quem tudo se cobra, que corresponda as expectativas mais elevadas, sem as devidas contrapartidas.
A solidão pode ser uma benção ou maldição. Pode trazer paz ou desespero. Pode ser cura ou autoflagelação.
Ser sozinho por gosto ou imposição é o detalhe que faz toda a diferença. Que nos fortalece ou destrói. Pois da mesma maneira que pode-se gostar de estar só, nada pode ser mais deprimente do que sentir-se excluído, rejeitado.
Ser só sem sentir-se abandonado, largado, um fósforo queimado, eis um desses desafios que a vida nos impõe no árduo caminho do autoconhecimento. Da busca de paz de espírito.
De uma ainda que racionada, felicidade.
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