sexta-feira, 15 de setembro de 2017



                 KIT-PENITENCIÁRIA

Sabemos todos que o nó górdio da justiça é a prova. É provar de maneira cabal e inquestionável a culpabilidade imputada a este ou aquele. O direito, tal qual o conhecemos nos países ditos evoluídos, tem como característica o rigor extremo e meticuloso no ato da acusação, e em contrapartida, salvaguardas que beiram a leniência em defesa dos réus. Grosso modo, a preocupação em evitar a condenação de um inocente abre precedentes e jurisprudência que beneficiam mil meliantes. 

Não se trata de uma exclusividade de nossa justiça chicaneira, os Estados Unidos não ficam atrás em casos de arbitrariedades escandalosas, em função da autonomia penal vigente em seus 50 estados. Ou seja, o que vale na Pennsylvania não vale no Texas. Uma aberração que o cinema norte-americano transformou no seu maior filão, em incontáveis filmes e séries televisivas que giram em torno da discrepância entre uma ordenação jurídica extemporânea e criminalização ostensiva. Quase ao contrário do que acontece aqui, onde vigoram leis e penalizações extremamente flexíveis e camaradas.

Tão flexíveis e camaradas que, quando a coisa começa a dar uma reviravolta, graças as heroicas ações da Laja-Jato e do MPF, levadas a cabo pela Polícia Federal, a bandidagem entra em pânico. Não acreditam. Esperneiam, ameaçam, apelam para toda sorte de artifícios, no afã de negar os fatos escabrosos que vão sendo dedurados, por ex-correligionários decididos a livrar a pele. Outros, que se julgavam intocáveis e mais espertos, simplesmente desmontam e choram ao ver que a suposta esperteza não foi suficiente para livra-los da humilhação da prisão. 

Sabemos todos que os caminhos da justiça brasileira são longos e tortuosos, ainda mais com certas figuras manjadas  de nossa Suprema Corte, dos quais tudo de pode esperar. De qualquer forma, tem sido extremamente reconfortante ver que a impunidade está ficando para trás, com a prisão de tantos figurões que acreditavam estar acima das leis. Como o mega-mafioso Wesley Batista, que se jactava de ter engambelado o procurador Janot e o próprio juiz Edson Facchin, e acabou caindo feio - ou melhor dizendo, lindamente - do cavalo.

Mantida essa linha - se é que a substituta de Janot na PGR, Raquel Dodge, não dê pra trás - e a coisa não deve parar por aí. Lula, e quem sabe o próprio Temer, podem deixar o kit-penitenciária preparado que mais dia, menos dia, vão precisar. 









         

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