O REQUIEM DO APOCALIPSE
É espessa e indistinta a treva
que de névoa e terror impregna a terra.
Não há trégua nem piedade
no mundo dos vivos.
Não há mãos dadas na humanidade.
De holocaustos e mortalhas é o seu legado
desde os primórdios.
Em nome de Deus, Alá, ou por esporte,
extermina-se, detonam-se bombas,
os próprios corpos.
O sangue de inocentes cobre o céu de púrpura,
em meio aos escombros de cidades sírias dizimadas.
À matança indiscriminada que se alastra
nos grandes centros urbanos.
Nos noticiários em tempo real,
o obituário diário do assassinato de civis indefesos,
nos confins da África, no oriente médio,
cuja vida miserável por si só
já é um martírio interminável.
Oh, mundo belo e insano,
que embala o sono letárgico dos justos
ao som do recorrente réquiem de bombas,
rajadas e tiroteios que não conhece limites e fronteiras.
Sinfonia macabra regida por psicopatas frios e cínicos.
Malucos que proliferam em meio a distopia reinante.
Líderes e chefes de estado,
transvestidos de cavalheiros do apocalipse nuclear.
Discípulos do próprio satã, que se deleitam em promover
a barbárie nossa de cada dia,
à revelia dos anjos, santos, profetas,
entidades de todas as crença.
Quiçá, do próprio Cristo redivivo
Divindades entretidas com sei lá o quê,
onde se escondem ?
Onde o divino ?
Onde o anelo de ver desvanecida a treva espessa,
a rotina macabra de defuntas crianças,
dos milhões de trucidados
nas guerras de extermínio ?
Surdos, cansados,
provavelmente enfastiados de ouvir as mesmas preces
e promessas,
os benfeitores da humanidade compactuam
com as mazelas do mundo
Nada diferente do que sempre foi,
sob os auspícios da raça humana.
Excrescência de uma Criação
sabidamente sofisticada,
O HORROR DOS HORRORES |
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