sábado, 24 de fevereiro de 2018

    


         O REQUIEM DO APOCALIPSE



É espessa e indistinta a treva 
que de névoa e terror impregna a terra.
Não há trégua nem piedade 
no mundo dos vivos.
Não há mãos dadas na humanidade.
De holocaustos e mortalhas é o seu legado
desde os primórdios.
Em nome de Deus, Alá, ou por esporte,
extermina-se, detonam-se bombas, 
os próprios corpos.

O sangue de inocentes cobre o céu de púrpura,
em meio aos escombros de cidades sírias dizimadas.
À matança indiscriminada que se alastra
nos grandes centros urbanos.
Nos noticiários em tempo real, 
o obituário diário do assassinato de civis indefesos,
nos confins da África, no oriente médio,
cuja vida miserável por si só 
já é um martírio interminável.

Oh, mundo belo e insano, 
que embala sono letárgico dos justos 
ao som do recorrente réquiem de bombas, 
rajadas e tiroteios que não conhece limites e fronteiras.
Sinfonia macabra regida por psicopatas frios e cínicos.
Malucos que proliferam em meio a distopia reinante.
Líderes e chefes de estado
transvestidos de cavalheiros do apocalipse nuclear. 
Discípulos do próprio satã, que se deleitam em promover 
a barbárie nossa de cada dia,
à revelia dos anjos, santos, profetas, 
entidades de todas as crença.
Quiçá, do próprio Cristo redivivo

Divindades entretidas com sei lá o quê,  
onde se escondem ? 
Onde o divino ? 
Onde o anelo de ver desvanecida a treva espessa,
a rotina macabra de defuntas crianças,
dos milhões de trucidados 
nas guerras de extermínio ?

Surdos, cansados, 
provavelmente enfastiados de ouvir as mesmas preces
e promessas, 
os benfeitores da humanidade compactuam
com as mazelas do mundo
Nada diferente do que sempre foi,
sob os auspícios da raça humana.
Excrescência de uma Criação
sabidamente sofisticada,
  O HORROR DOS HORRORES
notoriamente fraticida.







  




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