sábado, 19 de maio de 2018

                               JÁ ERA




Amor que é amor tem que ser meio doido.
Doído como unha encravada.
Ardido feito pimenta malagueta.

Tem que ser osso duro de roer.
Incomodar como dor de dente.
Dar raiva, vontade de rir e de chorar.

Porque amor que é amor 
não comporta indiferença.
Não se acomoda, não dorme de touca.
Briga pelo que lhe pertence.  

Não deixa barato.
Não dá sopa para o azar.
Pois confiança tem limite.
E quem ama cuida.
Não deixa o barco adernar.
E se deixou, é porque não era amor.
Pode até um dia ter sido,
mas se deixou murchar, já era.
Como uma flor que esquecemos de regar.








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                       ninguém é de ferro O vivido busca sentido no inexistido. Ser feliz, tarefa inglória. Tudo se mistura, ócios e negócio...