sábado, 8 de dezembro de 2018

            

               A RECEITA





Dos refinados ensinamentos de Aristóteles ao manual de artimanhas elaborado por Maquiavel, a busca pelo poder sempre oscilou entre a força e a persuasão. Na falta de um, o outro entra em ação. Só que, com a crescente rejeição ao autoritarismo e despotismo em geral, fruto da interação de ideias e costumes ensejados pela Internet, e da própria globalização, mais do que nunca a luta hegemônica descambou para campos que transcendem ao da coerção física, monetária e bélica. Beira o burlesco o uso massivo e despudorado de técnicas de convencimento que não deixam pedra sobre pedra em sua escalada persecutória e recalcitrante.

Por mais que sejamos cuidadosos e criteriosos em nossas escolhas, separar o joio não é uma tarefa fácil no mundo que vivemos. Não há dúvida de que o desenvolvimento tecnológico e a própria globalização facilitaram a vida de um modo geral, os efeitos colaterais é que são duros de engolir. Em tempos em que ninguém fica imune ao liberalismo desenfreado e generalizado catapultado pela Internet, os apelos midiáticos, bem como o excesso de informação, acabam estabelecendo uma espécie de ditadura consumista e hedonista que beira o fanatismo.

Nem mesmo o inalienável direito do livre arbítrio serve de anteparo para o massacre marqueteiro que nos é imposto diuturnamente, 365 dias por ano, com efeitos devastadores não só para o nosso bolso como para a sanidade mental das pessoas. Dentro do velho e sábio princípio de que tudo que é exagerado é prejudicial, a influência dos meios de comunicação, sobretudo as chamadas redes sociais, vão cunhando padrões de comportamento tão vulgares quanto nocivos, a medida em que estabelecem padrões de conduta baseados em valores desprovidos das mais elementares noções de moralidade e ética. 

O que está diretamente vinculado a mentalidade fútil que campeia hoje em dia, com as novas gerações muito mais interessadas no próprio umbigo do que em agregar conhecimento que lhes permita pensar e crescer por conta própria. Sem a tutela de uma ditadura midiática que é o grande flagelo de nossos tempos, com seu mercantilismo exacerbado e o famigerado fake news martelando a cabeça das pessoas. 

Nesse sentido, mais do que nunca, cabe aos pais encontrarem meios de adequar as coisas e fazer a moçada entender que a velha e boa receita do meio termo ainda é a melhor que há. 

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