segunda-feira, 10 de dezembro de 2018



curanderismo







O que é a vida...
Conversando com um amigo de longa data na semana passada, contou-me de sua satisfação por ver a mulher praticamente recuperada de um avançado câncer de mama, e adivinhem só como se deu a miraculosa cura ? Após três sessões com o famoso e até então glorificado médium João de Deus, que pelo visto de santo nada tem, a julgar pela avalanche de denúncias de estupro desencadeado a partir de reportagem de o Globo, seguido por depoimentos de algumas vítimas no programa do Bial, da emissora. 

Como se explica tamanha dicotomia entre a imagem quase santificada formada em torno do trabalho de 40 anos do médium ? Um homem a quem se atribui milhares de curas milagrosas, que atendia cerca de duas mil pessoas diariamente e pôs no mapa a pequena cidade de Abadiânia, no interior goiano, com visitantes de todas as partes do mundo, e repentinamente retratado como um reles e inescrupuloso estuprador. Mais ordinário ainda por se valer de sua fama e da boa fé das pessoas, para delas se aproveitar anos a fio, a julgar pelos inúmeros casos que estão vindo à tona. 

Estupros que alegava às vítimas serem parte do processo de cura, não obstante os atribuísse ao homem comum que dizia ser, quando não possuído pelo guia espiritual que o tornou o natural sucessor de Chico Xavier na hierarquia da crença espírita. O que lança ainda mais dúvidas sobre a seriedade e veracidade de práticas dessa natureza, dando força a crença de que a verdadeira explicação está muito mais na fé das pessoas do que, propriamente, no curanderismo de gente e cultos que se especializam em explorar a boa fé e o desespero dos que já esgotaram os meios convencionais de cura.

Resta esperar que as denúncias sejam devidamente investigadas e comprovadas, ainda que à dano do trabalho meritório desenvolvido pelo médium por quatro décadas, que ajudou e beneficiou tanta gente. Uma lástima, um golpe enorme não só para as pessoas comprovadamente curadas por ele, ou através dele, como para todos que ainda acreditam nas boas intenções e bondade do ser humano. 

Se nem aqueles tidos e havidos como santos prestam, o que dirá os demais...





   



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