sábado, 13 de abril de 2019




                  
           partir em paz, é tudo que me apraz



Talvez eu não viva o suficiente para reaver 
o que perdi, não importa.
Mesmo porque, nada garante que valeria a pena.
Provavelmente, não.
O que passou, passou. Nunca será igual. 
Melhor ficar com as lembranças.
Melhor ainda, esquecer.
Fazer como tu, deletar.
Outra vida erigir.
Diferente, com outras pessoas.
Boas e ruins, convém não se iludir.
Outros enganos virão. 
Nada é perfeito. Nada corresponde a nossos anseios.
Há sempre senões, decepções. 
Nada à altura da eterna insatisfação humana.
Que mesmo àquilo que tem, não dá valor.
Que só quando perde, valoriza o que antes ignorava.
Posto que a convivência nos apequena.
A medida que revela o que somos.
O amor engana. O amor ilude.
Quem ama engana, ilude.
O amor só é grande quando chega ao fundo do poço.
E ainda assim sobrevive.
Ser desprezado, espezinhado, humilhado,
e ainda assim continuar amando.
Amor ou sandice ?

Da loucura do amor padeço, mas já não sofro.
Nem dele preciso. Resignado em apenas sentir.
Não careço de ser feliz.
Não quero esse tipo de felicidade. A dependência de algo
que não controlo.
Não quero ser feliz, pagar o preço. Basta me sentir bem, 
em paz. 
Já fiz o que podia ter feito.
Agora, é relaxar. 
Moeda à mão, para quando o barqueiro chegar.
Partir em paz, é tudo que me apraz.













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