sexta-feira, 12 de abril de 2019

                        

                            olhai por nós







Vida incognoscível, intransferível, 
a todo momento principia e se extingue.
Aqui brota, ali jaz.
O real em surreal sem mais nem menos
se transforma.
Em parte, condicionada às nossas atitudes;
em outra, às peripécias do destino.

Consciência e inconsciência lado à lado,
o tempo irredimível aponta para um só fim.
Mundo de perpétua solidão, caminhos que 
não percorremos. 
Portas que jamais abriremos.
Tardio reconhecimento, inútil arrependimento.  
Luz e trevas. Trevas e luz.

Condenados ao veredito das perdas irremediáveis,
das razões indecifráveis, 
tragédias sem sentido,
amores desperdiçados.
O futuro, sem futuro, atrelado aos enganos.
O tempo relapso estagnado no tédio, na fadiga.
A vida como era, e que num instante não é mais.
Senhor, olhai por nós,
agora e na hora de nossa morte.








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