quarta-feira, 24 de abril de 2019
obsoletos
Obsoletos, ao longe se divisa.
Prostrados, amargurados,
Carregam o peso do mundo.
O próprio fardo.
Dever, senso de responsabilidade.
Da vida nada mais almejam.
Nada além das pequenas compensações,
Um remanso ao final da tarde,
Jogar conversa fora com os poucos amigos.
Já amaram, sonharam, tiveram posses,
No entanto, tudo perderam, desperdiçaram.
Fracassaram onde não podiam.
Viram o flagelo chegar e se aquietaram.
Viram as marchas fúnebres
E aos sortilégios e fraquezas mundanas sucumbiram.
E aos poucos, ou de repente, tudo se foi.
No decorrer de sua vigília de proscritos
Envelheceram, imprestáveis se tornaram.
Um peso para a família, um peso para a Previdência Social.
Em esquemas consuetudinários vivendo,
O maganão santo se torna.
"O homem é reconhecido por suas ações",
É o que se diz, porém, com ressalvas.
Quando as palavras valem mais que as ações,
Os embustes e logros passam batido.
Qual a coisa que, bem urdida, não mente ?
Homens de ação, meros figurantes,
Inocentes úteis que povoam a terra.
Homens obsoletos,
Incompreendidos,
Desvalorizados em sua modorrenta serventia,
Vivem a vida dos outros.
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