terça-feira, 23 de abril de 2019

Id

                                 


                             vago de acalanto






Certamente não haverá nada de perfeito
a ser lembrado.
Nada que não seja dispensável, depois de exaurido. 
Porque já não te amo.
Porque já não me amas.
Um caminho deserto entre duas tumbas
é tudo que restou.
Exânime, vago de acalanto, o coração já nada espera.
Aquela que parte, aviltada.
Aquela que chega, corrompida.

Deusa intemerata, 
um brinde à sua formosura.
Descrente de tudo, 
de ti me embriaguei.
E depois te vomitei.





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