o fim dos tempos
1.
Numa simples telinha, o real e o virtual se misturam
em alentada algaravia.
O mundo moderno não distingue o certo do errado.
Sob crenças disseminadas por vis mentores,
canalhas beatificados, cabras da peste,
bestas empanzinadas.
O juízo final a cada dia, no noticiário da noite.
O Criador à mercê da criatura.
bestas empanzinadas.
O juízo final a cada dia, no noticiário da noite.
O Criador à mercê da criatura.
2.
O mundo imperfeito soçobra em bytes e gigas.
Os bons em minoria, passando por idiotas.
Crenças aviltadas em prazeres materiais,
na prevaricação on line, nos tribunais populares e oficiais.
O Diabo nunca foi tão poderoso.
À tiracolo, a um deslizar dos dedos,
o inferno à la carte.
O mundo imperfeito soçobra em bytes e gigas.
Os bons em minoria, passando por idiotas.
Crenças aviltadas em prazeres materiais,
na prevaricação on line, nos tribunais populares e oficiais.
O Diabo nunca foi tão poderoso.
À tiracolo, a um deslizar dos dedos,
o inferno à la carte.
3.
Gente proliferando feito baratas,
incapazes de pensar, em manadas virtuais se transformam.
A droga da vida imersa nas drogas.
Ah, sim, Deus a tudo perdoa.
Desde que não esqueçam do dízimo.
Que pode ser pago no débito ou no boleto.
A indústria da autoajuda de vento em popa.
Atacando em todas as frentes. Espertalhões engajados
na doce vida de enganar os outros.
Trouxas é o que não faltam.
Mais fácil do que roubar doce de criança.
Gente proliferando feito baratas,
incapazes de pensar, em manadas virtuais se transformam.
A droga da vida imersa nas drogas.
Ah, sim, Deus a tudo perdoa.
Desde que não esqueçam do dízimo.
Que pode ser pago no débito ou no boleto.
A indústria da autoajuda de vento em popa.
Atacando em todas as frentes. Espertalhões engajados
na doce vida de enganar os outros.
Trouxas é o que não faltam.
Mais fácil do que roubar doce de criança.
O ridículo, a vergonha, banidos do dicionário.
4.
Difícil dizer o que é normal
num mundo em que tudo é normal.
Mundo decrépito, ancião de 4,5 bilhões de anos,
lapso de tempo na cronologia espacial,
em que ainda se questiona se Deus existe ou não.
Quero acreditar que sim, mas tudo indica que não.
Por via das dúvidas, rezo feito um condenado.
Nada tenho a perder, perdido como já estou,
em meio a esbórnia reinante.
Difícil dizer o que é normal
num mundo em que tudo é normal.
Mundo decrépito, ancião de 4,5 bilhões de anos,
lapso de tempo na cronologia espacial,
em que ainda se questiona se Deus existe ou não.
Quero acreditar que sim, mas tudo indica que não.
Por via das dúvidas, rezo feito um condenado.
Nada tenho a perder, perdido como já estou,
em meio a esbórnia reinante.
Do tempo de cal e desprezo me despeço.
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