segunda-feira, 29 de abril de 2019
legistas
Longas, tortuosas, ininteligíveis linhas,
Vêm à guiza de dissecar o mundo,
O teor indecifrável dos sentimentos.
"Rodopiando em torno do silente Verbo".
Almas sofridas, mentes angustiadas,
Entre sonhos e sombras passeiam
Libações e versos de antanho.
Das palavras perdidas, das palavras desgastadas,
Inauditas e inexpressas,
Pedaços da alma arremessados para (e contra ) o mundo.
A humanidade, o universo, amor, a vida
Como pano de fundo.
Abre-se a tenebrosa porta do imponderável.
Das trevas, dos mistérios da existência se ocupam.
Alheios à divina essência, no seio maternal do erro estiolados.
Condenados à dor de já não poder crer.
A (re)descobrir que nada vale a pena.
E ainda assim perseverar, recalcitrar, não obstante
A transcendência de tudo.
Aos falhos pensamentos e sistemas que nos guiam.
Flutuando entre o nascimento e a morte,
Entre o horror e os sonhos deambulando,
Eles, mais do que todos,
Filósofos, poetas, pensadores,
Legistas letrados de um mundo enfermo.
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