domingo, 18 de agosto de 2019
fluido e frívolo
Chega a ser assustador constatar a superficialidade e efemeridade das coisas nesses tempos de modernidade líquida, como bem definiu o filósofo polonês Zigmunt Bauman. Uma época de relações rápidas e fluidas, em que tudo fica para trás e mal dá tempo de assimilar o que se apresenta, acentuando a frivolidade comportamental que afeta os próprios sentimentos mais nobres, como o amor, a amizade, os vínculos familiares.
Como se diz, é impressionante como a fila anda, e cada vez mais gente prescinde do convívio e dos relacionamentos tradicionais, não exatamente por desinteresse ou egoísmo, mas em função dos novos padrões inerentes a esse processo. Mal dá tempo para curtir o momento, tal a alternância e o ritmo acelerado das coisas, daí a impressão de estar tudo passando rápido demais.
Ainda estou aprendendo a lidar com essa fluidez, me adaptar as variações que desafiam meus antigos valores, e sobretudo, essa superficialidade que beira o descaso, o desprezo, a renúncia a compromissos e comprometimentos. Não poder confiar é para mim um preço muito alto à pagar, sejam quais forem as vantagens e facilidades desses tempos em que a transitoriedade das coisas só serve para agravar ainda mais o vazio existencial.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagem em destaque
o que é bom, é bom A vida leva tudo de roldão Nada se detém, nada se retém O que vale é viver o momento Não importa o...
-
BR 116 Na rodovia tantas vezes percorrida, expectativas, ilusões, planos na bagagem ...
-
o esplendor dos dias felizes A imaginação nos engana, nos trai. Mas o que seria da vida se não pudéssemos imaginar, so...
-
o velho amor O tempo, que é o mais longo dos caminhos, enxovalha e purifica, amaldiçoa e beatifica. Nos autos...

Nenhum comentário:
Postar um comentário