segunda-feira, 2 de setembro de 2019
retaliação
Às vezes a gente sabe, às vezes não sabe,
de onde vem a pancada.
Pode acontecer a qualquer momento,
de onde menos se espera,
é sempre a mesma história.
Vinganças, retaliações, agressões de toda espécie,
nada mais comum no epílogo das relações
que se encerram, quase todas envenenadas,
deixando sequelas irreversíveis.
Porque o ódio quase sempre consegue ser
maior que o amor.
Que as mágoas e ressentimentos sobrepujam
as boas lembranças, as coisas positivas,
reconhecimento e gratidão.
E aquela mesma pessoa com quem conviveu
tanto tempo, construiu uma história,
pelos mais variados motivos,
procedentes ou não,
passa a ser a pior criatura do mundo.
Ainda se a retaliação trouxesse conforto, paz.
Se agredir, denegrir, difamar, mudassem as coisas,
além do prazer, da satisfação momentânea do revide.
Porque é preciso saber diferenciar retaliação de
justiça.
Lutar por direitos, ir até às últimas consequências
por reparações justas, é uma coisa.
Apelar para a maldade, a deslealdade, baixarias,
picuinhas, acaba transferindo a questão
para o terreno da má fé e do mau-caratismo.
E não pode haver pior sensação do que descobrir
facetas desconhecidas, que ao longo tempo
passaram despercebidas, escamoteadas.
Em que não se hesita em manipular o próprio filho.
Colocar-se como vítima,
rebaixando a imagem do pai a de um crápula,
que prazer sádico pode haver
quando se chega tão baixo ?
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