segunda-feira, 14 de outubro de 2019





                          atestado de burrice






Sondamos, especulamos, 
para dar um sentido ao que não entendemos.
Ou seja, a quase tudo.
As coisas consumidas que ficam revoando, revoando,
no revolto universo dos pensamentos.
As convulsões de um amor não mais amado.

Bate às portas da loucura as trapaças do tempo.
A liturgia das infidelidades, o sono letárgico 
das incertezas.
A razão absurda de viver veste a nova realidade.

Não há plano B para o amor que vive
no engano.
É falsa a ideia de afetos imorredouros.
Querer o bem de quem se ama nem sempre vinga.
O amor é egoísta e sacana.
Tudo quer, tudo exige, e quando não consegue,
afasta-se. 
Desfigura-se até que se extingue.
Não há transparência nos quartos, na camas,
nas relações
impregnadas de atavismos seminais e psíquicos.

O desejo destrói a alma.
Todos querem a felicidade, mas é a infelicidade
que nos ensina.
Na realidade que transcende a tirania
do amor e a liberação dos costumes,
o fracasso é inevitável.

E o que resta, 
são apenas os velhos papéis sociais 
que pairam
como um atestado de burrice.












Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                      o palhaço da Criação Justiça seja feita à espécie humana : não há nada mais tosco e degenerado no reino de Deus. Filho...