AS MOIRAS
Não se iluda,
a vida requer um pacote de mentiras básicas
para seguir em frente.
No lar, no trabalho, no convívio social,
tudo é farsa.
Mesmo na aparente vida superbem resolvida
das pessoas supostamente bem-sucedidas,
o véu que esconde a nudez moral é tênue.
Rasga e se rompe ao menor descuido.
A suposição de que a família é garantidora do amor
nada mais é do que a necessidade de fazer parte
de algo.
Pagamos o preço que for para manter as
aparências.
A hipocrisia é o cimento da vida coletiva.
O que faz alguém ser respeitado,
a não ser excepcionalmente, quase milagrosamente,
não é a integridade, a ética.
O que prevalece é a habilidade de acomodar afetos,
manipular sentimentos.
O horror da vida só é suportável ao buscarmos
utopias de felicidade.
A felicidade, mesmo efêmera, só é factível mediante
utopias de felicidade.
A felicidade, mesmo efêmera, só é factível mediante
uma certa cota de infâmia.
Mas para persuadir as moiras, as virtudes ainda
Mas para persuadir as moiras, as virtudes ainda
falam mais alto.
Sobretudo, coragem e humildade.
Humildade para reconhecer que nada sabemos.
Coragem para manter-se em pé mesmo sabendo-se
Humildade para reconhecer que nada sabemos.
Coragem para manter-se em pé mesmo sabendo-se
fadado ao fracasso.
A busca pela felicidade apenas amplia
as portas do inferno.
* (Inspirado em Luiz Felipe Pondé/ Filosofia para Corajosos)
as portas do inferno.
* (Inspirado em Luiz Felipe Pondé/ Filosofia para Corajosos)
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