domingo, 22 de dezembro de 2019




                            o muro 






Onde havia um campinho de futebol,
um córrego que foi aterrado,
hoje há mais um espigão espetado.
Já não há crianças brincando na rua.
Só prédios e carros dominam a paisagem.
Às vezes um gato, e até pássaros 
são atropelados.

Nas ruas, nos semáforos, homens, 
crianças, 
pedem uma ajuda.
São tantos que não há ajuda
que chegue.
Muitos dormem ao relento, nos bancos
das praças, 
ninguém quer saber de suas desgraças.
Ninguém quer suas histórias despejadas sobre
os ombros.

Como se houvera um muro invisível entre nós,
o novo mundo amplia as diferenças.
As cidades, imensos guetos, no fim de tudo, 
sepultam as crenças universais em Deus.





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