segunda-feira, 6 de janeiro de 2020



                          segunda chance







Queria ter uma segunda chance, 
não de viver outra vida,
reparar os erros,
consertar cagadas que certamente
voltaria a fazer. 

Queria poder, isto sim, sentir a sensação de ver,
pela primeira vez,
o recital de sapos e grilos ao cair da tarde 
no paraíso do Agudo;
o cheiro da água lamacenta do Jacuí;
o aroma de feijão, do pão de milho, o cheiro luxuoso
do fogão à lenha da casa da minha avó;
as peladas improvisadas nos potreros cachoeirenses;
o abraço caloroso da gross-mutter;
o bater descontrolado do coração
na primeira vez que te vi.. 
















  

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