sexta-feira, 13 de março de 2020



                     condições


Há condições em que amar e odiar
se fundem e se confundem.
Ao fim e ao cabo da excruciante jornada sem meio-termo,
a vida dá e falsifica.
Concomitantemente aos desatinos que precedem 
os desastres.
Posto que depois da abundância vem à escassez.
E o amor em ódio se transforma. 

As regras são arbitrárias.
Na transitoriedade de tudo,
é onde tudo acaba.
Adaptar-se é a única escapatória.
Co-habitar com as perdas, as doenças,
às condições extremas.
Às condições herdadas. 
Às falsetas do destino.
Aos erros crassos.
À falta de sorte.

Latos, desesperados, defraudados,
cegos, 
vivos e mortos passam da mesma forma.
Morrer em vida, que má sorte - a pior morte.   
Onde acaba o amor começa a dor.
Nas esferas da existência, a mão do tempo
retém o que poderia ter sido e o que foi.
O futuro emulado no engodo do passado.

Viver a morte dos sonhos, a dor dos vivos,
em meio a consciência do fracasso,
quando enfim caem todos os fingimentos,
eis a derradeira condição.




















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