segunda-feira, 11 de maio de 2020



                                             sobre a pandemia







Para muita gente, entre os quais me incluo, não sei se vai ser vantajoso sair vivo da pandemia.
Privações, falência, depressão, relacionamentos destruídos, 
perder tudo, ver o país afundar ainda mais na merda...

Tudo bem, o sacrifício da quarentena é justificável,
salvar vidas, postergar o contágio.
Ainda que só uma ínfima minoria seja efetivamente
beneficiada. Os que podem se dar ao luxo de ficar em
casa.

A única coisa boa da pandemia é poder ver quem
realmente se preocupa com você, pergunta, liga para saber 
se está precisando de alguma coisa. 
Aquele parente rico, que te chama de irmão, quantas vezes 
mesmo te ligou ?

Isolado, sem trabalho, lazer, sem amor, só vendo notícia ruim, manter a sanidade mental é uma proeza.

Para variar, a pandemia só é boa para os políticos e 
vigaristas. Sempre dão jeito de se dar bem.

Entre as lições que a pandemia deixa, a constatação de que 
algumas das ocupações mais humildes podem ser mais importantes que as celebridades, craques de futebol, 
famosos em geral. O que mais uma vez atesta 
a idiotice da idolatria.

Deve ser só coincidências, mas felizmente não conheci ninguém
que morrido.Tudo o que sei, pelo mórbido inventário diário 
de óbitos, é pela mídia, essa mesma mídia podre 
que todos conhecem. Perturbador, né ? 

Me faz lembrar daquela passagem famosa na década de 40, 
ocorrida nos EUA, com a transmissão radiofônica de uma suposta invasão da terra por marcianos, uma espécie de pegadinha 
do Orson Welles que enganou muita gente. 

Ninguém perde por ser cético.

































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