sexta-feira, 5 de junho de 2020




                         sarna para se coçar



Invejo aqueles
que não se perdem em elucubrações.
Em tergiversações inócuas, useiras
e vezeiras teorias conspiratórias,
abundantes nesses tempos de desgoverno.

Admiro aqueles que não se desgastam 
em tentar entender,
não se preocupam em justificar.
Fazem, agem, e pronto.
São o que são.
Brutos, crus, cruéis, 
em suma,
infensos às baboseiras
que alimentam a tragicomédia humana.

Pensar é preciso, pensar demais é maçada, 
mancada.
É arrumar 
sarna para se coçar.
Como esses versos tolos que escrevo,
no afã de decifrar coisas que só à mim importam. 
Melhor é ser pragmático, bem o sei.
Dramatizar as coisas não leva a nada,
a não ser a mais desgaste, conflitos.

Ninguém aguenta a repetição ad nauseam
do mesmo melodrama.
A vida por si só já tende a ser uma merda,
quanto mais se remexe,
mais fede.











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