CORTINA DE FUMAÇA
Ah, a vastidão humana !
Arcabouço de princípios, desventuras, elegias,
cacos do espelho estilhaçado da vida.
Mortalhas e guirlandas de nosso eterno desvario.
Nas múltiplas realidades da existência sem nexo,
o prazer e o horror entrelaçados,
o saber que ignora a alma fendida,
o atro mistério de ser isso que invariavelmente somos :
um monte de estrume.
Nas máscaras que caem.
Na revelação da podridão que escamoteamos.
Pensamentos tenebrosos
que mantemos em segredo, mas desfloram a alma,
defloram o espírito.
Primazia de loucos e degenerados,
condenados pelo mundo hipócrita,
posto que só o que nos diferencia
é a cortina de fumaça
que impede que nos vejam
como realmente somos.
O quanto temos coragem de ser,
é o que realmente somos.
Que ninguém se peje, porém,
que é em torno do erro e do pecado
que o íntimo e pavoroso mundo
gira,
tão logo a inocência acaba.
é o que realmente somos.
Que ninguém se peje, porém,
que é em torno do erro e do pecado
que o íntimo e pavoroso mundo
gira,
tão logo a inocência acaba.
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