o martelo de Nietzsche
Obediência e crendices,
eis o que aprendemos desde cedo.
Educados para obedecer e crer.
A forja que, ao mesmo tempo,
nos marca e aprisiona, como pássaros na gaiola.
Somos o que o mundo quer que sejamos.
O que permite que sejamos.
Não mais que vassalos,
serviçais, zumbis,
massa de manobra, inocentes úteis...
Ora, nada mais cômodo que
alguém que pense por nós.
Nada mais prático que seguir o rebanho.
Obedecer, acreditar, como nos ensinaram.
Dane-se a dor que tudo isso desencadeia.
Duvidar, contestar, para quê ?
massa de manobra, inocentes úteis...
Ora, nada mais cômodo que
alguém que pense por nós.
Nada mais prático que seguir o rebanho.
Obedecer, acreditar, como nos ensinaram.
Dane-se a dor que tudo isso desencadeia.
Duvidar, contestar, para quê ?
O que se ganha duvidando, contestando,
além de desencanto, desavenças, desafetos ?
Razão ? Reconhecimento ? Uma pinoia !
Antes fosse. Dúvidas e contestações nunca soam bem.
Mesmo quando procedentes.
Duvidar semeia discórdia. Contestar, antagonismo.
Mais sensato é deixar pra lá. O tempo sempre se encarrega
de mostrar a verdade.
Viver em paz não tem preço.
Conciliar vale mais que hostilizar.
Se tiver que fazer alguma coisa, faça na surdina,
por debaixo dos panos.
A verdade pouco importa. Mais importante
é manter as aparências.
Posto que a verdade tem mil caras.
É à serventia da casa.
Felizes os que creem e erram,
mas encontram na própria inconsciência
o consolo da felicidade fugidia.
Algo que nunca consegui. Algo que sempre rejeitei.
O martelo de Nietzsche só me trouxe problemas.
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