o timoneiro
Ensaio hoje o meu schwanengesang.
Áugure da efemeridade das coisas.
Na plenitude e esgar dos sonhos.
Paradoxalmente, nunca tão só.
No epílogo da rematada jornada.
Porém, com largas compensações.
Nunca tão lúcido.
Nunca tão despojado dos entulhos que acumulamos
ao longo da vida.
Acima de tudo, o coração alto e doce impera.
Uma resignação madura bate a terra dura
com o casco das coisas humildes.
Fiquei muito aquém do que podia,
mas não naufraguei.
Tendo Deus como timoneiro, "não sou eu quem
me navega,
quem me navega é o mar."
(O Timoneiro/Paulinho da Viola)
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