domingo, 15 de agosto de 2021




                      o timoneiro





Ensaio hoje o meu schwanengesang.

Áugure da efemeridade das coisas.

Na plenitude e esgar dos sonhos. 

Paradoxalmente, nunca tão só.

No epílogo da rematada jornada.

Porém, com largas compensações.

Nunca tão lúcido.

Nunca tão despojado dos entulhos que acumulamos

 ao longo da vida. 


Acima de tudo, o coração alto e doce impera.

Uma resignação madura bate a terra dura

com o casco das coisas humildes.

Fiquei muito aquém do que podia, 

mas não naufraguei.

Tendo Deus como timoneiro, "não sou eu quem 

me navega,

quem me navega é o mar."

 

(O Timoneiro/Paulinho da Viola)






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