às margens do nada
Aqui termina essa viagem em que tudo é cansaço
e abandono.
A distância entre as coisas, nos dias de todos,
o que resta, senão, aceitar ?
Às margens do nada, as nuvens ignoram a verdade
desconcertante.
É tarde, cumpro o percurso que me redime ou me cega.
Fui aquele que preferiu contemporizar à dor.
Em todas as coisas aniquiladas, a precisão da punição
injusta se apega a tudo que não existe mais.
Enquanto a vida sangra sem qualquer esperança,
como uma fera mortalmente ferida.
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