sábado, 30 de abril de 2022




              ébrios das próprias fantasias





Do alto de mim mesmo

diviso o mundo que me ignora,

sob o surdo torvelinho de apelos que o jugo

do tempo inflama e abranda.

A memória volve ao labor já extinto.

Amor e penitência costuram a teia 

em que os incautos

experimentam a lenta agonia

de morrer em vida.

As catarses das complexidades irrompem em furiosa dança

que beira a insanidade.

Ecos da pós-modernidade : a neve mais alva 

e o breu mais impenetrável agonizam em chamas 

que não incendeiam.

Apelos inúteis, ébrios das próprias fantasias, vêm-nos roubar 

o sono e a paz com seus delírios. 

Supondo que a vontade de Deus é soberana, oramos 

sob o ensurdecedor coro dos pusilânimes.  


 








 


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