nova velha pele
Diante de uma realidade que já é outra realidade,
me sinto como uma serpente que se livrou da velha pele,
despojado da herança grotesca do amor maculado,
da qual a própria vida encarregou-se de mostrar a saída.
Te reconheci, afinal, chafurdando num fundo de lama
inimaginável.
De onde não poderei resgatar nada que amenize o fato de ter
sido tão reles.
Como evitar essa repulsa funesta a que a verdade emergente
me obriga ?
Logo tu, que encheste meus dias de alegrias,
não tinhas o direito de violar o elo sagrado
que nos unia.
Fraquejamos, sim, ambos, mas para tudo
há um limite.
Quisera não saber o quanto fostes fútil e perversa.
Minha nova pele já nasceu velha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário