sábado, 11 de junho de 2022



                                     deslembranças





Na quietude das ruas, as casas estendidas em silêncio dormiam.

Tudo permanecia quieto. Sem calúnias, apenas

um fundo suspiro diante das coisas não reveladas.

Coisas que dormiam em silêncio, em meio as deslembranças

estigmatizadas como sombras ensanguentadas.


São as deslembranças que nos transportam

para o recomeço. Imaginando

uma nova vida fresca e incompreensível.

Para esquecer-se. Passar-se sem um pedido, sem um grito,

como se o coração não soubesse de nada.

Não vibrasse mais.

Como se o corpo que morava ali fosse outro corpo,

fora do corpo. Esmaecido de Sol. 

E que ao depor a paz que remove o amor do peito,

descobriria o sinistro.

Saberia dos mistérios.

Da dor da traição.

Pungente como girassóis ardentes.




 

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