segunda-feira, 13 de junho de 2022


                                      gênese 



                                  


                            

Em que ontens me perdi ?

Não ter renunciado foi meu erro.

As coisas que podiam ter sido me punem.

O amor não devidamente compartilhado me sentencia

a cumprir a agonia de esquecer.


Esquecimento que é vingança e perdão.

Ao mesmo tempo perto e longe da sabedoria.

Em atos que prescrevem seu caminho, que permitam

viver sem amargura nem soberba.

Recordar os dias de ouro alheio as secretas leis eternas.

Para poder te ver, ó musa infiel,

inocente como um animal que é presa.


Ergo os olhos sobre a crepuscular farsa de formas difusas,

e me vejo abençoado por sobreviver 

a conversão de todas as coisas. 

Refeito aquém do engano, entressonho o sonho 

que rege minha renovada gênese.  

.




 

 

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