gênese
Em que ontens me perdi ?
Não ter renunciado foi meu erro.
As coisas que podiam ter sido me punem.
O amor não devidamente compartilhado me sentencia
a cumprir a agonia de esquecer.
Esquecimento que é vingança e perdão.
Ao mesmo tempo perto e longe da sabedoria.
Em atos que prescrevem seu caminho, que permitam
viver sem amargura nem soberba.
Recordar os dias de ouro alheio as secretas leis eternas.
Para poder te ver, ó musa infiel,
inocente como um animal que é presa.
Ergo os olhos sobre a crepuscular farsa de formas difusas,
e me vejo abençoado por sobreviver
a conversão de todas as coisas.
Refeito aquém do engano, entressonho o sonho
que rege minha renovada gênese.
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