domingo, 26 de junho de 2022




                      não custa sonhar





A chuva, o rio,

ruas, sombras, muros, 

trabalho, prazeres, 

memórias que esplendem em luzes trêmulas. 

Passos erradios depõem lares, palácios.

Altas torres de ódio e perdão se impõem.

Na vida que é um lamento só,meu canto é meu unguento.

Num sopro, num gemido, tudo se vai,

tudo se perde.

Tempestades dispersam as angústias e as chagas.


Lembranças fustigam, me impedem de ser feliz.

Tornam tudo um arremedo do que foi.

A tudo desmerecem e falsificam.

Quereria acreditar, mas nada é confiável. 

Muito menos o amor. 

Convém não pagar para ver.

Convém aderir a mentalidade reinante.

Converter-se a liturgia do mais valia.

Sob os auspícios da nova e frívola era global.


Chove. Ainda bem.

Cai a noite. Ainda bem.

Virar a página é preciso.

Amanhã é outro dia. O mundo não é bom,

mas sempre há compensações.

O sol brilhará outra vez,ah, mas eu amo a chuva...

Chuva que lava a vida.

Para que volte a ficar brilhante e mágica.

Não custa sonhar.








 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                                       não acredite                         quando digo                        que te amo Não acredite quand...