a gema primeva
Em meus passos, nem tão tardios, nem tão lentos,
retrocedo ao que permanece em mim
além do tempo.
Ao que estou sempre a recorrer.
Para me sentir mais digno, conformado
com o que ficou irremediavelmente inconcluso.
Mas que não deixou de ser belo.
Mesmo os erros, as mentiras, e todos aqueles
que compartilharam suas cruzes comigo.
Rostos que pairam acima dos estragos do tempo,
legado inexpugnável num mundo cada vez
mais inabitável, com seus roteiros de pedra e ratos
de laboratório.
No pedestal do tempo, talvez ascenda ao céu
o brilho da gema primeva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário